Período de decaimento em diferentes temperaturas do agrotóxico metil paration em uvas

  • Claudia Cristina Machado de Figueiredo Oliveira Universidade Veiga de Almeida
  • Claudia Melo Moura Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Maria de Fátima Alves Ferreira
  • Moacelio Veranio Silva Filho (in memoriam)
  • Manildo Marcião Oliveira Instituto Federal Fluminense
  • Mauro Velho de Castro Faria Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Palavras-chave: Degradação de agrotóxico, Organofosforado, Uvas

Resumo

O objetivo deste estudo foi de avaliar as curvas de decaimento do inseticida metil paration em película e polpa de uvas, variedade itália, contaminadas em laboratório e armazenadas em condições ambiente e em refrigeração. Foi determinado o teor residual de metil paration após contaminação de uvas com várias concentrações do agrotóxico. Após 2 horas em solução foram retiradas, deixadas secar ao ambiente, seguindo a extração com solvente orgânico e detectado por método enzimático utilizando preparação de acetilcolinesterase (AChE). Foram analisadas da uva: película e polpa em diferentes condições de temperatura (ambiente e refrigerada). No primeiro caso, a meia vida é de 9-11 dias em contaminações iniciais acima de 10 ppm e de 3-4 dias quando os resíduos iniciais foram de 2 ppm. Sob refrigeração (8oC), a meia vida, em contaminações mais elevadas, chegou a  valores acima de 40 dias, mas decaindo, também, em contaminações iniciais na faixa de 2 ppm. O decaimento pode demorar mais que três vezes o tempo quando esta fruta é armazenada sob refrigeração. O método enzimático com a acetilcolinesterase pode ser empregado, com grande eficiência, no estudo de agrotóxicos organofosforados em alimentos.

Biografia do Autor

Claudia Cristina Machado de Figueiredo Oliveira, Universidade Veiga de Almeida
Campus Cabo Frio
Claudia Melo Moura, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Departamento de Genética
Mauro Velho de Castro Faria, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Depertamento de Medicina Interna

Referências

AGYEKUM, A. A.; AYERNOR, G. S.; SAALIA, F. K.; BEDIAKO-AMOA, B. Translocation of Pesticide Residues in Tomato, Mango and Pineapple Fruits. Journal of Food Science and Engineering v. 5, p. 142-149. 2015.
ANVISA, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC 56 de 11 de dezembro de 2015. Dispõe sobre o regulamento técnico para o ingrediente ativo Parationa metílica em decorrência da reavaliação toxicológica. Diário Oficial [da] república Federativa do Brasil n°238, Brasília, DF, 14 dez. 2015. Disponível em: Acesso: 20 jan 2018
ANVISA, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. O que é LMR? Disponível em: Acesso: 20 de jan 2018
CAVALIERE, M. J. et al. Miotoxicidade por organofosforados. Revista de Saúde Pública, v. 30, n. 3, p. 267–272, 1996.
CHRISTIA, C. et al. Pesticide residues in fruit samples: comparison of different QuEChERS methods using liquid chromatography-tandem mass spectrometry. Environmental Science and Pollution Research International, v. 22, n. 17, p. 13167–13178, 2015.
CLAVIJO, M. P., MEDINA, M. P., ASENSIO, J. S. et al. Decay study of pesticide residues in apple samples. Journal of Chromatography. A. v. 740, p. 146-150.1996.
CUNHA BASTOS, V. L. F. et al. Brain acetylcholinesterase as an in vitro detector of organophosphorus and carbamate insecticides in water. Water Research, v. 25, n. 7, p. 835–840, 1991.
CUN-ZHENG, Z. , XIN-MING, Z. , ZI-HUA, T. , DAN-JUN, H.; XIAN-JIN, L. Degradation of Chlorpyrifos and Fipronil in Rice from Farm to Fork and Risk Assessment. Agricultural Sciences in China. v. 9, n. 5, p. 754-763. 2010.
FERREIRA, A.; MAROCO, E.; YONAMINE, M.; OLIVEIRA M.L.F. Organophosphate and carbamate poisonings in the northwest of Paraná state, Brazil from 1994 to 2005: clinical and epidemiological aspects. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas v. 44, n. 3, p. 407-415. 2008.
FUKUSHIMA, A.R. et al. Avaliação poder de inibição da acetilcolinesterase promovido pelo praguicida aldicarbe e seus metabólitos utilizando método enzimático de triagem rápido, seguro e de baixo custo. Revinter, v. 10, n. 03, p. 05-17, 2017.
GILDEN, R.C.; HUFFLING, K.; SATTLER, B. Pesticides and Health Risks. Journal of Obstetric, Gynecologic, & Neonatal Nursing. v. 39, n. 1, p. 103-110, 2010.
HANDFORD, C.E.; ELLIOTT, C.T.; CAMPBELL, K. A review of the global pesticide legislation and the scale of challenge in reaching the global harmonization of food safety standards. Integrated
KIM, K.H.; KABIR, E.; JAHAN, S.A. Exposure to pesticides and the associated human health effects. Science of The Total Environment. v. 575. Supplement C. p. 525-535, 2017.
KYRIAKIDIS, N. V. , PAPPAS, C.; ATHANASOPOULOS, P. Degradation of fenthion and fenthion sulfoxide on grapes on the vines and during refrigerated storage. Food Chemistry v. 91, p. 241–245. 2005
LIAPIS, K. S., MILIADIS, G. E., APLADA-SARLIS, P. Persistence of monocrotophos residues in greenhouse tomatoes. Bulletin of Environmental Contamination and Toxicology. v. 53, p. 303-308, 1994.
LIMA, J.B.P.;DA-CUNHA, M.P.; DA SILVA JÚNIOR, R.C.; GALARDO, A. K.R.; SOARES, S.S; BRAGA, I.A.; RAMOS, R.P.; VALLE, D. Resistance of Aedes aegypti to organophosphates in several municipalities in the state of Rio de Janeiro and Espírito Santo, Brazil. The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene. v. 68, n. 3, p. 329-333, 2003.
MASSOULIÉ, J. The origin of the molecular diversity and functional anchoring of cholinesterases. Neurosignals, v. 11, n. 3, p. 130–143, 2002.
NAGAYAMA, T. et al. Relationship between Pesticide Residues in Fruit Peel and Flesh. Food Hygiene and Safety Science (Shokuhin Eiseigaku Zasshi), v. 36, n. 3, p. 383–392_1, 1995.
NOUGADÈRE, A. et al. Total diet study on pesticide residues in France: levels in food as consumed and chronic dietary risk to consumers. Environment International, v. 45, p. 135–150, 15 set. 2012.
OLIVEIRA, C.C.M.F.; OLIVEIRA, K.C.; SILVA FILHO, M.V.; OLIVEIRA, M.M. Presença de pesticidas anticolinérgicos (organofosforados e carbamatos) em frutas e hortaliças no município de Cabo Frio, RJ. Vértices. v. 12, n. 3, p. 177-185, 2010.
PARA (PROGRAMA DE ANÁLISE DE RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS EM ALIMENTOS). Relatório das análises de amostras monitoradas no período de 2013 a 2015. ANVISA - Agência nacional de Vigilânica Sanitária. 2016. Disponivel em: acesso: 04 jan. 2018.
PIRES, D. X.; CALDAS, E. D.; RECENA, M. C. P. Uso de agrotóxicos e suicídios no Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil Pesticide use and suicide in the State of Mato Grosso do Sul, Brazil. Cadernos de Saúde Pública, v. 21, n. 2, p. 598–605, 2005.
PORTUGAL, E.J.; BURTH, P.; FORTUNA, J.L. Análise da contaminação por agrotóxicos em fontes de água de comunidades no Extremo Sul da Bahia. Revinter. v. 10, n. 02, p. 85-102, 2017.
PUJERI, U.S. , PUJARI,A.S. HIREMATH, S.C. AND YADAWE, M.S. Multi-residue analysis of pesticides in grapes in bijapur district. International Journal of Applied Biology and Pharmaceutical Technology. v. 1, n. 2, p. 286-291. 2010
QUEIROZ, M.E.C.; MACHADO-NETO, J.G.; PEREIRA, L.R.L.; CALIXTO, F.; AMAROLLI, F.D.; ARAKAWA, N.S.; CARVALHO, D. Safety Measures in the Application of Organophosphate Insecticides on Staked Tomato Crops Using Dragged Hoses. Bulletin of Environmental Contamination and Toxicology. v. 68, n. 4, p. 490-494. 2002.
RIGOTTO, R.M.; VASCONCELOS, P.D.; ROCHA, M.M. Uso de agrotóxicos no Brasil e problemas para a saúde pública. Cadernos de Saúde Pública. V. 30, n. 7, p. 1-3, 2014.
SCHILTER, B.; RENWICK, A. G.; HUGGETT, A. C. Limits for Pesticide Residues in Infant Foods: A Safety-Based Proposal. Regulatory Toxicology and Pharmacology, v. 24, n. 2, p. 126–140, 1 out. 1996.
SOARES, W.; ALMEIDA, R. M. V.; MORO, S. Trabalho rural e fatores de risco associados ao regime de uso de agrotóxicos em Minas Gerais, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 19, n. 4, p. 1117–1127, 2003.
VAN DYK, J. S.; PLETSCHKE, B. Review on the use of enzymes for the detection of organochlorine, organophosphate and carbamate pesticides in the environment. Chemosphere, v. 82, n. 3, p. 291–307, 2011.
VIAL, T.; NICOLAS, B.; DESCOTES, J. Clinical immunotoxicity of pesticides. Journal of toxicology and environmental health, v. 48, n. 3, p. 215–229, 1996.
Publicado
2018-02-26
Como Citar
Oliveira, C. C. M. de F., Moura, C. M., Ferreira, M. de F. A., Silva Filho (in memoriam), M. V., Oliveira, M. M., & Faria, M. V. de C. (2018). Período de decaimento em diferentes temperaturas do agrotóxico metil paration em uvas. Revista Intertox De Toxicologia, Risco Ambiental E Sociedade, 11(1). https://doi.org/10.22280/revintervol11ed1.363