Perfil das admissões no Centro de Assistência Toxicológica da Paraíba (CEATOX-PB) motivadas por acidentes com aranhas

  • Thiago Ferreira Sarmento Universidade Federal da Paraíba - UFPB.
  • Gleice Rayanne da Silva Universidade Federal da Paraíba - UFPB Centro de Assistência Toxicológica de João Pessoa - CEATOX - JPPB
  • Aníbal de Freitas Santos Júnior Universidade do Estado da Bahia – Salvador, Bahia
  • Bruno Coelho Cavalcanti Universidade Federal do Ceará – Fortaleza, Ceará
  • Hélio Vitoriano Nobre Júnior Universidade Federal do Ceará – Fortaleza, Ceará
  • Leônia Maria Batista Universidade Federal da Paraíba - UFPB
  • Hemerson Iury Magalhães Universidade Federal da Paraíba - UFPB Departamento De Ciências Farmacêuticas - DCF Programa de Pós Graduação em Ciências da Nutrição - PPGCN. Centro de Assistência Toxicológica de João Pessoa - CEATOX-JPPB. http://orcid.org/0000-0001-7139-8712

Resumo

Existem mais de 30 mil espécies de aranhas, apenas algumas não são venenosas. Entretanto, a grande maioria não tem a capacidade de causar danos aos seres humanos. Entre as aranhas de interesse médico destacam-se os gêneros Phoneutria, Loxosceles, Latrocectus e Lycosa; e a subordem Mygalomorphae. Este trabalho objetivou traçar um perfil das admissões no CEATOX-PB motivadas por acidentes com aranhas. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e descritivo de abordagem quantitativa. Foram averiguadas as fichas de notificação do CEATOX-PB dos anos de 2013 e 2014. Obteve-se um total de 148 fichas, sendo 81 fichas referentes ao ano de 2013 e 67 ao ano de 2014. A distribuição dos acidentes com aranhas por meses destacou o mês de agosto de 2013 como o de maior incidência, não se observou tendência sazonal. O gênero feminino foi o mais acometido pelos acidentes aracneicos. Destacaram-se os grupos etários com idade entre 20 – 39 anos e de 40 – 49 anos como os detentores do maior número de vítimas de araneísmo. A maioria dos indivíduos levou mais de 24 horas para buscar atendimento. A zona urbana ressaltou-se como a principal região de ocorrência dos acidentes. Com relação à parte anatômica da picada, se sobressaem as regiões da perna, antebraço e mão. As manifestações clínicas locais de dor, edema, eritema e prurido foram as que mais apareceram nas fichas analisadas. Já às manifestações sistêmicas, separou-se a hipertermia e as náuseas. Na maioria dos casos não foi possível identificar a espécie de aranha envolvida. A soroterapia pouco foi utilizada, pois a maior parcela dos acidentes foi enquadrada como leve. Conclui-se que o levantamento de informações sobre araneísmo, assim como também, o diagnóstico e tratamento de acidentes devem ser otimizados, com o intuito de qualificar o atendimento.

Biografia do Autor

Thiago Ferreira Sarmento, Universidade Federal da Paraíba - UFPB.
Graduado em Farmácia, Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa, Paraíba. Departamento de Ciências Farmacêuticas - Centro de Ciências da Saúde.
Gleice Rayanne da Silva, Universidade Federal da Paraíba - UFPB Centro de Assistência Toxicológica de João Pessoa - CEATOX - JPPB
Graduanda em Farmácia, Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa, Paraíba. Departamento de Ciências Farmacêuticas - Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal da Paraíba - UFPB. Extensionista no Centro de Assistência Toxicológica de João Pessoa – CEATOX-JPPB
Aníbal de Freitas Santos Júnior, Universidade do Estado da Bahia – Salvador, Bahia
Docente do Curso de Farmácia, Universidade do Estado da Bahia – Salvador, Bahia. Departamento de Ciências da Vida - DCV – Faculdade de Farmácia –Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Bruno Coelho Cavalcanti, Universidade Federal do Ceará – Fortaleza, Ceará
Biólogo, Universidade Federal do Ceará – Fortaleza, Ceará. Departamento de Fisiologia e Farmacologia - Faculdade de Medicina – Universidade Federal do Ceará – UFC -  Endereço: Rua Alexandre Baraúna, 949 - Rodolfo Teófilo - CEP 60430-160
Hélio Vitoriano Nobre Júnior, Universidade Federal do Ceará – Fortaleza, Ceará
Docente do Curso de Farmácia, Universidade Federal do Ceará – Fortaleza, Ceará. Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas-DACT - Universidade Federal do Ceará – UFC - Universidade Federal do Ceará – UFC
Leônia Maria Batista, Universidade Federal da Paraíba - UFPB
Docente do Curso de Farmácia, Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa, Paraíba. Departamento de Ciências Farmacêuticas/Pós graduação em Produtos Naturais - Centro de Biotecnologia - Universidade Federal da Paraíba - UFPB
Hemerson Iury Magalhães, Universidade Federal da Paraíba - UFPB Departamento De Ciências Farmacêuticas - DCF Programa de Pós Graduação em Ciências da Nutrição - PPGCN. Centro de Assistência Toxicológica de João Pessoa - CEATOX-JPPB.
Professor Adjunto I no Departamento de Ciências Farmacêuticas (DCF) na Universidade Federal da Paraíba (Disciplina de Toxicologia). Tem experiência na área de Farmacologia, com ênfase em cultura de células, Toxicologia de produtos naturais e sintéticos, Oncologia Experimental (atividade citotóxica, genotóxica e antitumoral), Bioprospecção de produtos naturais como fonte de fármacos antifúngicos e exploração biotecnológica de biomas regionais. Membro da Sociedade Brasileira de Toxicologia e está como Coordenador geral do CEATOX em João Pessoa. 

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Publicado
2016-06-30
Como Citar
Sarmento, T. F., da Silva, G. R., Santos Júnior, A. de F., Cavalcanti, B. C., Nobre Júnior, H. V., Batista, L. M., & Magalhães, H. I. (2016). Perfil das admissões no Centro de Assistência Toxicológica da Paraíba (CEATOX-PB) motivadas por acidentes com aranhas. Revista Intertox De Toxicologia, Risco Ambiental E Sociedade, 9(2). https://doi.org/10.22280/revintervol9ed2.233
Seção
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS II (FARMACOLOGIA - TOXICOLOGIA)