Teste de micronúcleos como ferramenta para avaliação da exposição ocupacional a pesticidas: revisão

  • ERICA BALLESTRERI

Resumo

Apesar dos efeitos benéficos relacionados ao uso de pesticidas como no controle de pragas e vetores importantes na saúde pública, muitos desses produtos podem apresentar perigos potenciais para o meio ambiente e a saúde humana. Os pesticidas são considerados compostos genotóxicos ca­pazes de induzir dano direto e indireto no DNA. Para avaliar o dano genético, estudos de biomonitoramento têm sido cada vez mais aplicados, pois além de identificar o risco potencial de surgimento de doenças em populações expostas, também auxilia na identificação de fatores de risco e medidas adequadas para serem implementadas no controle dessas agressões a saúde humana. O teste do micronúcleo oferece vantagens em relação aos demais testes de biomonitoramento incluindo baixo custo, procedimento técnico mais fácil, rapidez de análise para triagem de grande número de substâncias, além de diversos tipos celulares como linfócitos de sangue periférico, células epiteliais da mucosa oral, mucosa vaginal, entre outros poderem ser utilizados para a realização do teste. É considerado padrão ouro para avaliação citogenética de lesões que ocorrem no DNA, pois serve como indicador de mutagenicidade e como instrumento de monitoração, considerando que a frequência de MN retorna aos níveis basais quando o organismo permanece durante certo período sem contato com esses agentes indutores. Sendo assim, o objetivo dessa revisão é demonstrar a importância do teste de micronúcleos como ferramenta para avaliação da exposição ocupacional aos pesticidas.

Biografia do Autor

ERICA BALLESTRERI
Biomédica, Pós-graduada em Gestão Ambiental e Segurança do Trabalho, Mestre e Doutoranda em Biologia Celular e Molecular Aplicada à Saúde – Universidade Luterana do Brasil - ULBRA – Canoas – RS – Brasil

Referências

ANCINES, C. Biomonitoramento em trabalhadores do setor coureiro-calçadista do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011.

BOLOGNESI, C.; PERRONE, E.; LANDINI, E. Micronucleus monitoring of a floriculturist population from western Liguria, Italy. Mutagenesis, n. 17, p. 391-397, 2002.

BORTOLI, G.M.; AZEVEDO, A.B.; SILVA, L.B. Cytogenetic biomonitoring of Brazilian workers exposed to pesticides: micronucleus analysys in buccal epitelial cells of soybean growers. Mutation Research, p. 1-4, 2009.

CHEQUER, F.M.D. Utilização do teste de micronúcleo na avaliação da toxicidade dos corantes Disperse Red 1, Disperse Orange 1 e Disperse Orange 13. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo, 2008.

CORREA, N.S.; BASSAN, J.S.; CUNHA, C.J.D.; FERNANDEZ, R.R.; BACHETTINI, P.S.; GARCIAS, G.D.L.; ROTH, M.G.M. Monitoramento da ação genotóxica em trabalhadores de sapatarias através do teste de micronúcleos, Pelotas, Rio Grande do Sul. Ciência e Saúde Coletiva, n. 14, p. 2252-60, 2009.

COSTA, C.; TEIXEIRA, J.P. Efeitos genotóxicos dos pesticidas. Revista de Ciências Agrárias, n. 2, p. 19-31, 2012.

Da ROSA, L.A.Z.C. Avaliação de fator de risco ocupacional no setor de fabricação de tintas em uma fábrica localizada na região Sul de Santa Catarina. Criciúma: Universidade do Extremo Sul Catarinense, 2009.

Dos SANTOS, T.M.; NARDIN, J.M. Estudo piloto da ocorrência de micronúcleos em linfócitos de profissionais de saúde atuantes em oncologia. Cadernos da Escola de Saúde, p. 128-42, 2014.

DUSMAN, E.; BERTI, A. P.; SOARES, L.C.; VICENTINI, V.E.P. Principais agentes mutagênicos e carcinogênicos de exposição humana. Revista Saúde e Biologia, n. 2, p. 66-81, 2012.

FARIA, L.E.M.; BRAGA, J.R.M. Aplicação do teste de micronúcleo para avaliação de potencial genotóxico em epitélio oral de estudantes universitários. Revista Eletrônica Atualiza Saúde, n. 1., p. 36-41, 2015.

FLORES, M.; YAMAGUCHI, M.U. Teste do micronúcleo: uma triagem para avaliação genotóxica. Revista Saúde e Pesquisa, n. 3, p. 337-40, 2008.

GARAJ-VRHOVAC, V.; ZELJEZIC, D. Assessment of genome damage in a population of Croatian workers employed in pesticide production by chromossomal aberration analysis, micronucleus assay and comet assay. Journal of Applied Toxicology, p. 255. 2002.

KOHATSU, A.G.D.S.; SHIMABUKURO, F, GATTÁS, G,J,F. Utilização dos testes de mutagenicidade para a avaliação da exposição ocupacional. Saúde, Ética e Justiça, n. 12, p. 15-21, 2007.

LOBO, T.M.; BOLAÑOS, A. Micronúcleos: biomarcador de genotoxicidad em expuestos a plaguicidas. Revista de la Facultad de Ciencias de la Salud, n. 2, p. 18-26, 2014.

OLAYA-CONTRERAS, P.; RODRIGUEZVILLAMIL, J.; POSSO-VALENCIS, H.J.; CORTEZ, J.E. Organochlorine exposure and breast cancer risk in Colombian women. Cadernos de Saúde Pública, n. 3, p. 125-132, 1998.

RAMOS, E.M.S.P. Biomonitoramento genético de indivíduos expostos ocupacionalmente a pesticidas no povoado Vila Bessa, município de Conceição do Jacuípe, Bahia. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2009.

SILVA, U.G.A. Avaliação genotóxica dos pesticidas metomil e cipermetrina: efeitos agudos in vivo. Vitória de Santo Antão: Universidade Federal de Pernambuco, 2013.
Publicado
2017-02-23
Como Citar
BALLESTRERI, E. (2017). Teste de micronúcleos como ferramenta para avaliação da exposição ocupacional a pesticidas: revisão. Revista Intertox De Toxicologia, Risco Ambiental E Sociedade, 10(1). https://doi.org/10.22280/revintervol10ed1.260