Estratégias de prevenção do suicídio por intoxicação exógena medicamentosa entre mulheres no município de Uberlândia - Minas Gerais

Resumo

Introdução: Terapias medicamentosas são fundamentais para o manejo de diversas condições na saúde. Todavia, seu uso irracional é potencialmente danoso, especialmente no contexto de intoxicação exógena com motivação suicida. Nesse sentido, este trabalho visa discutir esses casos para propor uma intervenção que contribua para mitigar este agravo da saúde, principalmente entre mulheres (epidemiologicamente predispostas ao suicídio por esta via). Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo observacional descritivo dos índices de tentativa de suicídio por intoxicação medicamentosa na população feminina do município de Uberlândia (MG), de 2017 a 2021. Os dados foram extraídos do SINAN e do IBGE, e as variáveis avaliadas foram: ano de notificação, sexo, faixa etária, raça, circunstância de ingestão do agente tóxico, tipo de exposição, classificação final, critérios de confirmação e evolução do caso. Os dados foram compilados no tabulador do Tabnet do DATASUS e no Excel. Realizou-se o cálculo de indicadores de saúde e uma revisão sistematizada de literatura nas bases de dados Periódicos CAPES e SciELO, selecionando 6 artigos publicados entre 2017 e julho de 2022 para elaborar a intervenção. Resultados: Foram notificados 1064 casos de intoxicação exógena medicamentosa no sexo feminino (72,58%), sendo 46,33% na faixa etária de 20 a 39 anos. 83,17% dessas notificações foram feitas devido a tentativas de suicídio entre mulheres no período descrito. Discussão: Em outros municípios, as tentativas de suicídio entre mulheres jovens ocorrem predominantemente por intoxicação exógena medicamentosa, assim como em Uberlândia, enquanto que, entre homens, o suicídio costuma ocorrer por vias mais letais. Conclusões: Como estratégia de prevenção, faz-se necessário otimizar os dispositivos legais de restrição de medicamentos, fortalecer redes de serviços de saúde e capacitar os profissionais de saúde para identificar fatores de risco, além de estimular a notificação adequada dos casos para elaborar políticas públicas de saúde mais efetivas.