EXPOSIÇÃO CRÔNICA A AFLATOXINA B1 E ONCOGÊNESE DO CARCINOMA HEPATOCELULAR

  • Marcos Vinícios Pitombeira Noronha Universidade Estadual do Ceará - UECE
  • Rômulo da Nóbrega de Alencar Universidade Estadual do Ceará
  • Juliana Ciarlini Costa
  • Dra. Tatiana Paschoalette Rodrigues Bachur Universidade Estadual do Ceará
Palavras-chave: Aflatoxinas, Carcinoma Hepatocelular, Carcinogênese

Resumo

O carcinoma hepatocelular (CHC) é a neoplasia maligna mais frequentemente encontrada no fígado humano, sendo extremamente agressivo, porém silencioso. A aflatoxina B1 (AFB1) representa um importante agente causador do CHC, quando há exposição crônica a esta substância através da ingestão de grãos contaminados com o fungo produtor desta toxina, o Aspergillus flavus. A presente pesquisa bibliográfica teve como objetivo caracterizar a oncogênese do CHC por exposição à aflatoxina B1. Foi conduzida uma busca por artigos científico nas bases de dados MEDLINE, Science Direct e Scopus, através dos descritores “aflatoxins”, “carcinoma hepatocellular” e “carcinogenesis”, além da utilização de informações de sites governamentais. A partir dos 26 artigos selecionados, verificou-se que: existem biomarcadores precoces da hepatocarcinogênese induzida por AFB1, sendo o principal a impressão mutagênica (mutações G→T nos contextos GGC e CGC); os mecanismos e vias para o desenvolvimento do CHC incluem processos inflamatórios, formação de espécies reativas de oxigênio (ERO) e mutações em oncogenes e genes supressores tumorais, principalmente da via p53; existe sinergismo entre a AFB1 e outras substâncias (microcistinas e fumonisinas), com potencialização dos efeitos tóxicos da AFB1, sendo necessária a prevenção desta coexposição. Por fim, verificou-se a existência de substâncias (licopeno e fisetina) ou características genéticas (polimerase ζ (pol ζ) e Neil 1) que podem atuar como fator de proteção contra a carcinogênese por exposição à AFB1. Ressalta-se a necessidade do controle do armazenamento, conservação e consumo de grãos sujeitos à presença da AFB1, evitando a exposição crônica à esta aflatoxina.
Publicado
2020-10-07
Como Citar
Noronha, M. V. P., de Alencar, R. da N., Costa, J. C., & Bachur, T. P. R. (2020). EXPOSIÇÃO CRÔNICA A AFLATOXINA B1 E ONCOGÊNESE DO CARCINOMA HEPATOCELULAR. Revista Intertox De Toxicologia, Risco Ambiental E Sociedade, 13(3), 29-41. https://doi.org/10.22280/revintervol13ed3.480