Monitoramento da qualidade do ar por meio do ensaio com Tradescantia pallida na cidade do Rio de Janeiro / Brasil

  • Letícia F. Castro Laboratório de Toxicologia/UFF, Rua Dr. Mário Vianna, 523, Santa Rosa – Niterói /RJ.
  • Herbert A Sisenando Laboratório de Toxicologia, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal Fluminense - UFF. Rua Dr. Mário Vianna, 523, Santa Rosa – Niterói /RJ.
Palavras-chave: Micronúcleo, Tradescantia pallida, Genotoxicidade

Resumo

Devido aos fenômenos da natureza e as atividades antropogênicas, os níveis dos gases na troposfera estão sendo alterados. A queima de combustíveis fósseis aumenta a emissão de poluentes primários, como também possibilita a formação na troposfera de compostos secundários tóxicos. O objetivo deste estudo foi realizar o monitoramento da qualidade do ar através da utilização da Tradescantia pallida em locais de tráfego intenso de veículos em três diferentes bairros da cidade do Rio de Janeiro/RJ. Para tanto, foram realizados ensaios cromossômicos por meio da contagem de micronúcleo em sistema vegetal, além da coleta e análise dos dados ambientais disponibilizados pelos programas MonitorAr Rio e SISAM. Os resultados mostraram uma correlação positiva entre a frequência de micronúcleos e a concentração de material particulado, especialmente no ponto Tijuca.  Quando comparamos a frequência de dano cromossômico com a concentração de ozônio respirável, os resultados mostraram uma correlação negativa entre os dados, especialmente no ponto São Cristóvão. Em conclusão, o presente estudo mostra que o biomonitoramento através de um ensaio sensível e de baixo custo, ensaio de micronúcleo em T. pallida, pode ser uma alternativa para o monitoramento da qualidade do ar.

Biografia do Autor

Letícia F. Castro, Laboratório de Toxicologia/UFF, Rua Dr. Mário Vianna, 523, Santa Rosa – Niterói /RJ.
Graduada em Farmácia pela Universidade Federal Fluminense – UFF.
Herbert A Sisenando, Laboratório de Toxicologia, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal Fluminense - UFF. Rua Dr. Mário Vianna, 523, Santa Rosa – Niterói /RJ.
Graduado em Farmácia pela UFRN, Mestre em Ciências da Saúde pela UFRN e Doutor em Ciências pela ENSP / Fiocruz. Professor Adjunto da Faculdade de Farmácia da UFF.

Referências

1. Sisenando HA, de Medeiros SR, Saldiva PH, Artaxo P, Hacon SS. Genotoxic potential generated by biomass burning in the Brazilian Legal Amazon by Tradescantia micronucleus bioassay: a toxicity assessment study. Environ Health. 2011;10:41.
2. Klumpp A, Ansel W, Klumpp G, Fomin A. Um novo conceito de monitoramento e comunicação ambiental: a rede européia para a avaliação da qualidade do ar usando plantas bioindicadoras (EuroBionet). Revista Brasileira de Botânica. 2001;24(4):511-8.
3. Silva JS. Efeitos genotóxicos em tétrades de Tradescantia pallida (rose) d.r. hunt var. purpurea induzidos por poluentes atmosféricos na cidade do Salvador-Bahia [Monografia]. Feira de Santana/BA Universidade Federal de Feira de Santana; 2005.
4. Crispim BA, Vaini JO, Grisolia AB, Teixeira TZ, Mussury RM, Seno LO. Biomonitoring the genotoxic effects of pollutants on Tradescantia pallida (Rose) D.R. Hunt in Dourados, Brazil. Environ Sci Pollut Res Int. 2012;19(3):718-23.
5. Uhl M, Plewa MJ, Majer BJ, Knasmüller S. Basic principles of genetic toxicology with an emphasis on plant bioassays. Bioassays in Plant Cells for Improvement of Ecosystem and human Health: A course manual Katowice, Poland. 2003:11-30.
6. Ma T-H. Tradescantia micronucleus bioassay and pollen tube chromatid aberration test for in situ monitoring and mutagen screening. Environmental Health Perspectives. 1981;37:85.
7. Carneiro RMA. Bioindicadores vegetais de poluição atmosférica: uma contribuição para a saúde da comunidade: Universidade de São Paulo; 2004.
8. Ballestreri E. Teste de micronúcleos como ferramenta para avaliação da exposição ocupacional a pesticidas: revisão. Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade. 2017;10(1).
9. Rodrigues GS, Madkours SA, Weinstein LH. Genotoxic activity of ozone in Tradescantia. Environmental and Experimental Botany. 1996;36(1):45-50.
10. Domingos M, Klumpp A, Klumpp G. Air pollution impact on the Atlantic forest in the Cubatäo region, SP, Brazil. Ciênc cult(Säo Paulo). 1998;50(4):230-6.
11. Nimis P, Andreussi S, Pittao E. The performance of two lichen species as bioaccumulators of trace metals. Science of the Total Environment. 2001;275(1):43-51.
12. Rio-de-Janeiro. Projeto Monitorar: Qualidade do Ar na Cidade do Rio de Janeiro http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/3252594/4114836/RelatorioMonitrar20112012.pdf: Prefeitura do Rio de Janeiro/RJ; 2016 [
13. Google. Google Maps 2014 [Available from: http://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&tab=wl.
14. Carreras H, Pignata M, Saldiva P. In situ monitoring of urban air in Córdoba, Argentina using the Tradescantia-micronucleus (Trad-MCN) bioassay. Atmospheric Environment. 2006;40(40):7824-30.
15. Artaxo P, Lara LBLS, Pauliquevis TM. Dry and wet deposition in Amazonia: from natural biogenic aerosols to biomass burning impacts. IGAC Newsletter. 2003;27:12-6.
16. Saldiva PH, Lichtenfels AJ, Paiva PS, Barone IA, Martins MA, Massad E, et al. Association between air pollution and mortality due to respiratory diseases in children in São Paulo, Brazil: a preliminary report. Environ Res 1994;50(2):218-25.
17. Saldiva PH, Pope CAr, Schwartz J, Dockery DW, Lichtenfels AJ, Salge JM, et al. Air pollution and mortality in elderly people: a time-series study in Sao Paulo, Brazil. Arch Environ Health. 1995;50(2):159-63.
18. Braga AL, Saldiva PH, Pereira LA, Menezes JJ, Conceicao GM, Lin CA, et al. Health effects of air pollution exposure on children and adolescents in Sao Paulo, Brazil. Pediatr Pulmonol. 2001;31(2):106-13.
19. Braga ALF, Pereira LAA, Procópio M, André PAd, Saldiva PHdN. Association between air pollution and respiratory and cardiovascular diseases in Itabira, Minas Gerais State, Brazil. Cadernos de Saúde Pública. 2007;23:S570-S8.
20. Klaassen CD, Watkins III JB. Fundamentos em Toxicologia de Casarett e Doull (Lange): AMGH Editora; 2009.
21. Sisenando H. Batistuzzo de Medeiros SR, Hacon SS: Tradescantia pallida: mais do que uma linda flor, um importante bioindicador da qualidade ambiental. Genetic na Escola. 2009;4:9-13.
22. Andrade Júnior S, Santos Júnior J, Oliveira J, Cerqueira E, Meireles J. Micronuclei in tetrads of Tradescantia pallida (Rose) Hunt. cv. purpurea Boom: genetic changes caused by urban air pollution. Acta Sci Biol Sci. 2008;30:295-301.
23. Matos CE, Andrade RD. Toxicologia Ambiental: Aspectos toxicológicos e políticos sobre a poluição do ar. Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade. 2015;6(2).
24. Alves NO, Matos Loureiro AL, Dos Santos FC, Nascimento KH, Dallacort R, Castro Vasconcellos P, et al. Genotoxicity and composition of particulate matter from biomass burning in the eastern Brazilian Amazon region. Ecotoxicol Environ Saf. 2011;74(5):1427-33.
25. Arbex MA, Cancado JED, Pereira LAA, Braga ALF, Saldiva PHN. Biomass burning and health effects. J Bras Pneumol. 2004;30(2):158-75.
26. Cançado JE, Braga A, Pereira LA, Arbex MA, Saldiva PH, Santos Ude P. Clinical repercussions of exposure to atmospheric pollution. J Bras Pneumol. 2006;32 Suppl 2:S5-11.
27. CETESB. Relatório de qulidade do ar no Estado de São Paulo 2008. In: Ambiente SdM, editor.: CETESB; 2009. p. 354.
28. Pedroso ANV. Poluentes Atmosféricos & Plantas Bioindicadoras. Instituto de Botânica–IBt Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente Curso de Capacitação de Monitores e Educadores São Paulo. 2007.
29. Larcher W, de Assis Prado CHB. Ecofisiologia vegetal: EPU; 1986.
30. IBGE. IBGE - Cidades@ http://cidades.ibge.gov.br/xtras/uf.php?lang=&coduf=33&search=rio-de-janeiro2016 [
31. Barbério A, Voltolini JC, Ribeiro MCL. Efeitos mutagênicos da poluição atmosférica em Tradescantia pallida no distrito de Moreira César, em Pindamonhangaba, SP. Revista Biociências. 2013;19(1).
32. DETRAN. Frota municipal de veículos. http://www.denatran.gov.br/frota.htm: Governo do Estado do Rio de Janeiro; 2016 [
33. Mariani RL, Jorge MP, Pereira SS, Melione LP, Carvalho-Oliveira R, Ma TH, et al. Association between micronuclei frequency in pollen mother cells of Tradescantia and mortality due to cancer and cardiovascular diseases: a preliminary study in Sao José dos Campos, Brazil. Environ Pollut. 2009;157(6):1767-70.
Publicado
2017-10-30
Como Citar
Castro, L. F., & Sisenando, H. A. (2017). Monitoramento da qualidade do ar por meio do ensaio com Tradescantia pallida na cidade do Rio de Janeiro / Brasil. Revista Intertox De Toxicologia, Risco Ambiental E Sociedade, 10(3). https://doi.org/10.22280/revintervol10ed3.313
Seção
INTERDISCIPLINAR (MEIO AMBIENTE; SOCIAIS E HUMANIDADES; ENGENHARIA/TECNOLOGIA/GESTÃO)